quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Nada.

Hoje não vou falar de nada, não falo de nada por que me tenha acontecido algo de especial, mas não falo de nada, porque não tenho mesmo nada para falar.
Hoje sai à rua bem cedo pela manhã e pensei: “que dia horrível”. Entrei no carro e conduzi até ao meu destino, como todas as outras pessoas, imagino eu, fui pensando, mas ia pensando calado, sem falar, aliás a mim de manhã não me apetece falar muito, ainda por cima ia sozinho, logo era tonto de fosse falando.
Amanhã pode ser que já me apeteça dizer qualquer coisa, talvez deixe aqui umas linhas a expressar o meu contentamento, mas hoje não vou fazer isso e volto a dizer que não estou triste, mas não me apetece escrever. Basta.
Como sou simpático e até gosto de ser anfitrião, deixo aqui um poemazito, assim como quem não quer coisa e pode ser que alguém se interesse e comente.
Já disse que sou simpático, claro que vos quero receber, até mesmo hoje neste dia em que nada tenho para vos dizer. Sei que podia falar de politica, mas não vi o telejornal, o PSI20 ontem fechou em alta, mas eu não sou accionista, o meu almoço foi grelhada mista, mas isso não vos interessa.
Vou findar sem azedume e como honro a minha palavra, aqui deixo o poema.

Carambola para a direita,
Carambola para a esquerda.
Carambola ao centro e a tormenta começa.
Empresta-me trinquenta para chill com carne.

Rafael D´la Ghetto in America*


*Poeta de rua francês. Exilou-se muito jovem nos E.U.A. onde aderiu à mendicidade. Mais tarde abriu uma loja de pão onde vendia baguettes com atum e alface.
Hoje é reformado e não faz rigorosamente nada.


P.S. Era mesmo muito deprimente que houvesse um Rafael D´la Ghetto. Esta postagem é dedicada a um bom amigo meu que é amante da poesia deste dito cujo. Um abraço a todos vocês.

3 comentários:

Três horas da manhã disse...

Todos temos dias menos bons.

Cumprimentos

siripipi alentejano disse...

Caro Amigo, permita-me que lhe faça uma definição do nada, essa definição foi-me dada pelo meu Professor de Filosofia no meu 6º ano do antigo Curso Complementar dos Liceus " O nada é uma faca sem cabo à qual lhe extrairam a folha".
È bom meditar neste princípio.
siripipi-alentejano

o lavagante disse...

Não me parece que fosse muito deprimente...até porque se trataria de uma criatura que em jovem teria recorrido à mendicidade, depois aberto uma loja de pão, onde vendia baguettes com atum e alface e que, depois de velho, já cansado, nunca mais mexeu um dedo...

parece-me até muito bem.