quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

(…)
- Estou sim!
- Olá! Então Luis?
- Desculpe chefe ia ligar-lhe, sabe? Estive muito mal durante a noite, fartei-me de vomitar. Acho que foi uma paragem de digestão.
- Oh, oh, oh! Então e você não dizia nada? Então e não vem trabalhar?
- Oh Chefe…mas…
- Vá! Veja lá.
- Sim eu vou só tomar um duche e vou já.

Rafael D´la Ghetto in America (pág. 34).


O excerto do texto que apresentamos hoje é uma prova, do estado decadente e onde a grandeza do homem está completamente olvidada. O nosso caro Rafael, humanista por excelência, retratista da podridão da nossa sociedade, faz-nos lembrar que há mais valores para além dos recursos humanos, que para lá de quem empunha a pá, a caneta, o bisturi, há uma pessoa, dotada de sentimentos, de crenças e de fragilidades.
Se o homem não dirigir o pensamento para a responsabilidade cívica e altruísta que tem para com os outros, só nos resta assistir impávidos à espiral vertiginosa de todos nós. Esta missão não é tão difícil assim, basta para isso olharmos muitas vezes através dos olhos do outro, só assim podemos ter consciência da sua realidade.
Desejo a todos um excelente ano novo, mas atenção, façam que outras pessoas também possam ter um ano novo com mais dignidade.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Feliz Natal


Frohe Weihnachten

عيد ميلاد مجيد

聖誕快樂

glædelig jul

Feliz Navidad

Joyeux Noël

Καλά Χριστούγεννα

חג מולד שמח

merry christmas

buon natale

メリークリスマス

С Рождеством

giáng sinh vui vè


terça-feira, 23 de dezembro de 2008

Voluntário

Se lhes apetecer fazer alguma coisa em 2009 aqui deixo umas sugestões, pensem nas alegrias que podiam dar/receber, sendo doadores de boa vontade.

Cumprimentos a todos.


segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Ao meu Mestre.

Escolhi este fantástico poema, de Dante Milano em homenagem a Camões, para despedir esta semana.
Desejo-vos um belíssimo fim-de-semana.



Homenagem a Camões

Através do imitado sentimento,
Ao ler-te, quanta vez tenho sentido
Como é muito maior o amor vivido
Em ato não, mas só em pensamento.

Então invento o que amo e amo o que invento,
Em coisas sem razão tão comovido
Que o ar me falta e o respiro comprimido
Não sei se dá, não sei se tira o alento.

Sabor de amor é esse alto respirar,
Essa angústia em suspiros mal dispersos,
Em amor, que importância tem o ar,
O ar, cheio de fantásticas ações!
Assim, aquele que imitar teus versos,
Primeiro imite o teu amor, Camões.


Dante MilanoDo livro: "Poesias", Ed. Agir, 1948, RJ
Bom fim-de-semana.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Como sabem existem diversas tribos urbanas, cada uma possui a sua identidade que é constituída em volta de um tema com a qual os seus membros se reconhecem.
Entre as diversas tribos urbanas que existem no nosso país, uma das minhas favoritas, talvez porque haja bastantes membros na minha cidade, são os Rockabilly. Estes “tipos e tipas”, identificam-se com o rock 'n' roll´ e com a cultura dos anos 50, vestindo-se com roupas iguais às da época e ouvindo entre outros,Elvis Presley,Jerry Lee Lewis,Ritchie Valens.
Para alem de serem geralmente pessoas pacíficas, o que eu aprecio, ainda possuem um gosto por tatuagens com cores exuberantes o que até acho engraçado, mas um dos elos em comum que eu tenho com essa tribo fantástica é mesmo o facto de também eu ser apreciador das Pin Up.



Nota:Pin Up - http://pt.wikipedia.org/wiki/Pin-up

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Caros Escravos

“Sujos, porcos, cabrões”, como diria o meu avô.
Neste momento terei de fazer minhas estas “sábias palavras”, contra aos chulos que pretendiam fazer de nós escravos, ao acrescentarem 25 horas ao nosso horário semanal.
Actualmente já não temos tempo para nada, negligenciamos amigos, família, lazer, ver um bom filme, atrevo-me a dizer que nem os nossos próprios problemas podemos resolver por falta de tempo.
Se queremos ir ao banco, quando vamos? Se queremos ir aos correios, quando vamos? Se por acaso queremos ir ao município ou registo civil, quando vamos? E que me dizem das oficinas de mecânica, quando vamos?
Não podemos resolver os nossos assuntos pessoais, os serviços não são compatíveis com a maioria dos nossos horários, a vida é feita a correr principalmente no período pós laboral, mas como se não bastasse ainda nos iam mimosear com mais 25 horas semanais.
É uma vergonha o que nos andam a fazer, qualquer dia o mundo não pára, o calendário conta e volta a contar, deixará de haver noite para a terra descansar, isto é, o dia cola à noite e o homem é completamente esquecido.
Tem de haver união, se dividirmos 65 horas por 5 dias, obtemos 13 horas por dia, se tivermos em conta que actualmente trabalhamos uma media de 8 horas por dia, estas 13 horas que um trabalhador iria fazer, criavam quase 2 postos de trabalho, consentrados apenas num, ou seja mais desemprego.
É incompreensível, o mundo está à beira do colapso, a passar por uma crise financeira como nunca se viu e ainda por cima os valores do homem são completamente espezinhados.
Por favor não permitam que façam de vós um objecto, muito menos permitam que vos transforme em carro, monta-cargas, tractor ou picareta.



Cumprimentos.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Blackout

Ola, ola, ola...
Então os meus caros leitores não apreciaram o continho com que vos brindei, ah?
Será que todos os meus leitores ,de quem tanto gosto, são um pouco apudorados,ah?
Não acredito, mas fiquei um pouco triste, pois foi o único texto que eu anunciei na véspera com tanto carinho e amor... mas ohhhh!!! Só teve um comentário. Por sinal, obrigado.
hoje não vou postar em forma de protesto.
Nem vos vou mandar cumprimentos.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

+ 18

O prometido é devido e aqui vos deixo o fantástico conto do Marquês de Sade. Espero que gostem,que tenham bom senso e espírito crítico para compreender a temática.


Há lugar para dois

Uma belíssima burguesa da rua Saint-Honoré, de aproximadamente vinte e dois anos, gorduchinha e roliça, carnes as mais viçosas e apetitosas, todas as formas modelares ainda que um pouco cheias, e que acrescentava a tão fartos encantos presença de espírito, vivacidade, e gosto o mais aguçado por todos os prazeres que lhe proibiam as rigorosas leis do himeneu, decidira, havia quase um ano, arranjar dois ajudantes para seu marido que, sendo velho e feio, a ela não somente desagradava muito, como também cumpria mal, se não raramente, os deveres que, talvez, com um pouco mais de desempenho, poderiam acalmar a exigente Dolmène - assim se chamava nossa bela burguesa. Nada mais bem combinado do que os encontros marcados com esses dois amantes: Des-Roues, jovem militar, ficava normalmente das quatro às cinco horas da tarde e das cinco e meia às sete chegava Dolbreuse, jovem negociante com o rosto mais bonito que se pode ver. Era impossível fixar outros momentos; eram os únicos em que a sra. Dolmène estava tranqüila: de manhã, era preciso estar na loja e, à tarde, também tinha de aparecer por lá algumas vezes, ou então o marido voltava, e deviam falar de seus negócios. Por sinal, a sra. Dolmène havia confidenciado a uma de suas amigas que ela gostava muito que os momentos de prazer se sucedessem assim muito próximos um do outro: a chama da imaginação não se apagava, ela assegurava; desse modo, nada mais temo do que passar de um prazer a outro; não era difícil retomar a ação, pois a sra. Dolmène era uma criatura encantadora que calculava ao máximo todas as sensações do amor; pouquíssimas mulheres conheciam-nas como ela própria e, em virtude dos seus talentos, reconhecera que, depois de muito meditar, dois amantes valiam muito mais do que um; com respeito à reputação, era quase a mesma coisa, um encobria o outro; poderiam se equivocar, poderia ser sempre o mesmo a entrar e sair várias vezes durante o dia, e com relação ao prazer, que diferença! A sra. Dolmène, que temia em particular a gravidez, bem segura de que seu marido jamais com ela cometeria a loucura de lhe arruinar a cintura, havia igualmente imaginado que, com dois amantes, havia muito menos risco, quanto ao que temia, do que com um, porque, dizia ela, na condição,de excelente anatomista, dois frutos se destruíam mutuamente.
Certo dia a ordem fixada nos encontros veio a se alterar, e nossos dois amantes, que nunca se tinham visto, conheceram-se de maneira engraçada, conforme mostraremos. Des-Roues foi o primeiro, mas chegara muito tarde, e como se o diabo tivesse se intrometido, Dolbreuse, que era o segundo, chegou um pouco mais cedo.
O leitor inteligente percebe de imediato que, da combinação desses dois pequenos erros, deveria acontecer, infelizmente, um encontro infalível: e assim sucedeu. Porém, mencionaremos como isso se deu e, se possível, ocupemo-nos desse assunto com toda decência e moderação que tal assunto já por si muito licencioso, exige.
Por obra de um capricho bastante bizarro - mas tão comum entre os homens - nosso jovem militar, cansado do papel de amante, quis, por uns momentos, representar o da amante; em lugar de ser amorosamente abraçado por sua divindade, quis, por sua vez, abraçá-la: em resumo, o que está embaixo, coloca-o em cima, e, por essa inversão de posição, inclinada sobre o altar onde normalmente se oferecia o sacrifício, era sra. Dolmène que, nua como a Vênus calipígia, e encontrando-se estendida sobre seu amante, apresentava, diante da porta do quarto onde se celebravam os mistérios, o que os gregos adoravam com devoção na estátua que acabamos de mencionar, essa parte mui bela que, em suma - sem sair à procura de exemplos tão remotos - encontra tantos adoradores em Paris. Tal era a atitude quando Dolbreuse, acostumado a entrar sem dificuldade, chega cantarolando, e vê por um ângulo o que uma mulher verdadeiramente honesta não deve, segundo dizem, jamais mostrar.
O que teria causado grande prazer a muitas pessoas fez com que Dolbreuse recuasse.
- O que vejo? - Exclamou – ... traidora... é isso que me reservas?
A sra. Dolmène que, naquele momento, se encontrava numa dessas crises em que uma mulher age infinitamente melhor do que raciocina, resolve mostrar-se audaciosa:
- Que diabo tens tu, - diz ela ao segundo Adônis - sem deixar de se entregar ao outro - não vejo nisso nada que te cause muito pesar; não nos perturbes, meu amigo, e contenta-te com o que te resta; como bem podes notar, há lugar para dois.
Dolbreuse, não conseguindo deixar de rir-se do sangue-frio de sua amante, pensou que o mais simples era seguir o conselho dela, não se fez de rogado, e dizem que os três lucraram com isso.


Marquês de Sade in Contos libertinos.

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Marquês de Sade

Hoje só vos deixo o aperitivo, do que irão encontrar amanhã neste espaço, a minha lojinha irá passar a sex shop, está certo leram bem, SEX SHOP.
Marquês de Sade, para quem nunca leu pode parecer-lhe estranho e bizarro, ou não lhe fosse atribuído o sadismo, mas para alem de ser considerado perverso e malvado, o que interessa é que Sade tem leituras de veras maravilhosas e excitantes.
Este aristocrata, Donatien Alphonse François de Sade, aliás, Marques de Sade, é uma figura incontornável na literatura mundial, realmente a sua temática erótica, bastante erótica para a sua época, valeu-lhe a notoriedade e consequente memoria na história.
Sade apesar de tudo o que achavam dele não se considerava nada mais, nada menos do que um moralista. Agora cuidado com as suas fantasias sexuais, porque por mais perversas que sejam, não pense que é só você a telas.



Nota: Amanhã é que isto vai ser quente.
P.S- Boa semana.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008


Hoje tomei a liberdade, não de trazer um Ferrero Rocher, mas de fazer homenagem a um dos grandes poetas que nasceu neste País*.
Manuel Maria de Barbosa l'Hedois du Bocage nasceu em Setubal no dia 15 de Setembro de 1765 e viria a ser um dos maiores representantes do arcaísmo em Portugal.
Para que descreve-lo mais, se o próprio se descreve “às mil maravilhas”.
Cumprimentos e votos de um óptimo fim-de-semana.



Retrato próprio


Magro, de olhos azuis, carão moreno,
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste da facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno.

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura;
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno:

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades:
Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.

Bocage



*Portugal: País com faixa costeira junto ao Oceano Atlântico, alguns dos seus habitantes falam e escrevem Português, mas nem todos o fazem, uma vez que nem todos tiveram a oportunidade para aprender a faze-lo graças aos longos anos de ditadura fascista.
Pratos típicos: bacalhau, cabrito, açorda alentejana e leitão à Bairrada, excepcionalmente francesinha.
Turismo: Algaarve – praias, turistas bêbedas e arruaceiros.


P.S- para visitar Portugal terá de se apressar, pois o País corre o risco de se afundar nas mentiras politicas.

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Manifesto I

É importante que haja menos burocracia nas empresas e nos serviços públicos e passe a haver mais eficácia.
Se por acaso for o sistema que está mal e cria o enleio, morte ao sistema e aos seus mentores.
Quero que vá para o raio que o parta, quem ler este manifesto e não concordar.
Quero que o Mugabe seja atropelado por uma retro escavadora e os seus restos sirvam de estrume.
Parabéns Manuel de Oliveira.
Cumprimentos e quero que se fodam os atados que estagnam um país cada vez mais terceiro mundista.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Medusa


A Medusa, juntamente com as suas irmãs, era portadora de uma enorme beleza, no entanto a Deusa Afrodite cansada da vida debochada que levavam as irmãs, decidiu castiga-las, transformando-as em monstros e dando-lhes serpentes em vez de cabelos, presas pontiagudas, mãos de bronze, asas de ouro, e o seu olhar petrificava quem olhasse directamente para os seus olhos.
Perseu foi encarregado com a difícil tarefa de matar Medusa, cortando-lhe a cabeça, no entanto esta árdua tarefa só era possível se este possuísse alguns utensílios mágicos, tais como: um alforge, um par de sandálias aladas, que lhe permitiam elevar-se como uma pena e escapar velozmente dos monstros, um escudo de bronze bem polido cujo reflexo neutralizava o olhar petrificante das irmãs de Medusa e um capacete que, uma vez colocado, o convertia numa figura invisível.
De todos os objectos utilizados por Perseu, o escudo é talvez o mais simbólico da morte de medusa, pois é lá que está espelhada esta no seu último momento.
Vários pintores tentaram imortalizar a ocasião, mas quanto a mim Michelangelo Merisi da Caravaggio foi quem conseguiu mais notoriedade.

Medusa
Caravaggio, 1597
Oil on canvas mounted on wood
60 × 55 cm
Uffizi, Florence

terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Terça que Sabe a Segunda

Incrível esta maneira de nos tratarem. Ainda não descansamos 3 dias e já voltamos à actividade. Irra que é demais!
Lavar, passar a ferro, fazer o almoço, o jantar, dar de comer aos putos, fodassse. Ainda mal tocou o despertador e já nós estamos a pensar que roupa vamos vestir, em desfazer a barba e em mil e uma coisa que iremos fazer.
Epa! Estou farto, de outro modo eu estou farto de estar farto, vou mas é para palhaço, visto um fato e uma gravata, meto um dicionário debaixo do braço, sempre dá jeito para dizer palavras caras, compro um carro com motorista (mando facturar ao Estado) e vou para a assembleia. Mesmo que não haja cadeira para mim, não faz mal, fico de pé, pode ser que vá algum á casa de banho. O que considero difícil, pois alguns dos que lá estão, tem raízes e são como as lapas, não deixam a cadeira nem mortos.
Bem vou lavar os dentes pois estou farto de vos falar em merdas.
Boa semana.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

E Agora?

Está ai mais um fim-de-semana prolongado, para bem da nossa espécie.
Se olharmos para a nossa vida o que vemos? Trabalho, obrigações, prazos, datas, limites. E o que resta de nós, o que há do homem livre que vive apenas a essência pura e básica da criação. Não há mais esse Ser, o que resta dele é a sociedade organizada e regrada que ele criou.
A antítese da liberdade do homem é o próprio homem, ou seja, o Homem tinha a missão simples de comer, crescer, reproduzir-se e morrer, concluindo, ser livre. No entanto estabeleceu novas tarefas, como ter amigos, carro, casa e consequentemente socializou o mundo. Porem quando algo corre mal queixa-se de falta de liberdade, de falta de tempo e do mal que está a nossa sociedade com a sua consequente falta de valores.
Meus senhores temos de assumir a nossa criação, pois ela tem tanto de maravilhoso e fantástico como de sinistro e maquiavélico.
Aproveitem o fim-de-semana para descansar, deixando de lado todos os problemas laborais, pessoais ou de outro género, pois nos fins-de-semana, o Homem encontra algum tempo.
Bom fim-de-semana a todos.


P.S- este texto é uma mera reflexão, agora não esperem fazer deste espaço um centro de aconselhamento, para mais informações contectem o Professor Karamba… lol

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Estou de Volta

Após esta ausência forçada cheguei à brilhante conclusão que a Internet é o Santo Graal dos tempos modernos. Ainda me lembro quando ouvi falar pela primeira vez desta maravilha, afirmo que fiquei logo entusiasmado, apesar de um pouco desconfiado, não com medo do que pudesse acontecer, mas sim por não ser tão fantástica como se dizia que era.
Hoje em dia a Internet serve para quase tudo, desde base de pesquisa para trabalhos, passando por local de recreio e lazer, até mesmo como arma para a prática de delitos, tais como a pirataria e diversos tipos de fraude.
Mas não é a discussão sobre esta maravilha que me trás aqui, vim anunciar o meu regresso e pedir desculpa por esta ausência, como já referi forçada.
Espero que os clientes da minha “lojinha” continuem fieis pois pelo contrário não desejo ceder nem um milímetro ás grandes superfícies comerciais… São lá agora elas concorrência à altura.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

"EÇA DE QUEIRÓZ"

"Seria o seu um desses corações de fraco,
moles e flácidos, que não podiam conservar
um sentimento, e deixar fugir, escoar-se
pelas malhas lassas do tecido reles?"

"EÇA DE QUEIRÓZ - Os Maias"






sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Ontem e Hoje... Será Sempre?

Não poderia permitir que este espaço existisse sem dedicar uma postagem ao meu "Grande Mestre".
Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar,
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado.
Assim que, só pera mim,
Anda o Mundo concertado.
Desejo um óptimo fim-de-semana.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Nada de Especial

“Está um frio de rachar”, apesar desta frase não ser minha, mas sim um trecho de uma letra, de uma música do Rui Veloso, vou utiliza-la. Afinal está mesmo frio, acredito que ninguém me cobrará direitos de autor.
Por falar em direitos de autor, sou a favor que sejam cobrados, ah! E também sou contra a pirataria, ou não? Sou contra a pirataria, mas admito que consumo certos bens piratas, apesar de não achar isso correcto.
Hoje está cá um frio. Esta sim é minha não necessito da originalidade do Rui Veloso, ou de outro, para dizer que está um “frio do Caralho”, mas aguenta-se, também o que se lhe vai fazer. Ainda estou na “primavera da vida” por isso há que aguentar. Oh não, outra frase do Rui Veloso, acho que estou a abusar, só falta mesmo ir beber um cafezito acompanhado de “cigarros e bilhar”, para ver se aqueço.
Já vi que algo se passa comigo, acreditem estou a escrever frases de autor, mas sem intenção, mas pelos vistos não consigo que saia nada inteiramente meu. Vou parar e vou-vos deixar, afinal de contas só estou a escrever tretas.

“Um abraço deste que tanto vos quer, sou capaz de ir ai pelo Natal”.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Balada da Neve


Como tenho a certeza que muitos de vocês gostam deste poema, mas não sabem quem é o seu autor, aqui vai: “Balada da Neve” de Augusto Gil.




BALADA DA NEVE
Batem leve, levemente,
como quem chama por mim.
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.
É talvez a ventania:
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma agulha bulia na quieta melancolia
dos pinheiros do caminho...
Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?

Não é chuva, nem é gente,
nem é vento com certeza.
Fui ver. A neve caía
do azul cinzento do céu,
branca e leve, branca e fria... .

Há quanto tempo a não via!
E que saudades, Deus meu!
Olho-a através da vidraça.
Pôs tudo da cor do linho.
Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
Fico olhando esses sinais
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
os traços miniaturais
duns pezitos de criança...
E descalcinhos, doridos...
a neve deixa inda vê-los,
primeiro, bem definidos, depois,
em sulcos compridos,
porque não podia erguê-los!...
Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!
Mas as crianças, Senhor,
porque lhes dais tanta dor?!...
Porque padecem assim?!...
E uma infinita tristeza,
uma funda turbação
entra em mim,
fica em mim presa.
Cai neve na Natureza .
e cai no meu coração.
Augusto Gil

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Reflexos do Mundo

A chuva que cai molha as cabeças, mas nem por isso refresca o pensamento, essa inquietude que não nos deixa, que nos consome cada momento das nossas vidas. A consciência daquilo que somos, daquilo que queremos e de como o fazemos, mas como é possível viver sem esse peso, sem essa amarra que nos limita, que nos impõe uma condição.
Muitas vezes somos aquilo que a nossa cabeça nos diz, estamos na condição em que pensamos estar, já pensaram que o mundo podia ser isso mesmo, o reflexo da nossa mente. Nada do que vemos é real, é tudo fruto de uma ilusão criada pelas nossas cabecinhas.
Por culpa deste meu louco pensamento é que eu estou aqui feito parvo a escrever, a pesar que há alguém que vai ler estas tretas que estou para aqui a rabiscar, mas será que vocês existem? Ou está tudo dentro da minha cabeça, dentro da minha vida imaginada, na minha realidade (apenas) virtual, onde vocês são os peões com rosto mas sem nome, sem história e inventados.
É bom pensar que nada existe, assim não sofremos, não passamos fome e não necessitamos ostentar os luxos impostos pela nossa sociedade, tudo faz parte de uma criação, onde nada é verdade e tudo é aquilo que pensamos é apenas a nossa exteriorização.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Vale Azevedo enganou o BPN em 2 milhões de Euros, segundo noticiou o “correio da manhã”.
O Alves dos Reis do nosso tempo não poupo o BPN, mas neste caso, não se poderá recorrer ao velho ditado popular:”Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão”.
Cumprimentos e uma óptima semana.

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1349053

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

O Maior Espectáculo do Mundo

É engraçado, actualmente as pessoas já não vão ao circo, dizem que os circos estão vistos, e que o “Maior Espectáculo do Mundo” está nas vias da amargura quase em extinção. Mas será que é verdade? Claro que não.
Esta semana podemos assistir a um magnífico espectáculo circense, no Parlamento Regional da Madeira, onde os deputados se fizeram passar por palhaços (sem ofender a profissão honrada), o mais engraçado é que este circo funciona com o dinheiro de todos nós.
A questão da Madeira e da sua forma de democracia levanta-me muitas questões, as quais não vou elucidar aqui, muito menos hoje, sexta-feira. No entanto não posso deixar de lamentar que se dê “pérolas aos porcos”.
Tenho a certeza que a R.A.M. (Região Autónoma da Madeira) não necessitava de receber fundos do Estado, podia ser independente, tem turismo, tem vinicultura, tem bons portos marítimos, etc.… e agora podia fazer um show na TVI vendendo os direitos sobre os seus debates no parlamento.
É engraçado, afinal o circo não desapareceu, com o efeito da globalização, ele ganhou novas caras e adaptou-se à economia de mercado.



Nota: Caso não tenha ficado satisfeito com o espectáculo não tenha chorado ou rido ou tenha alguma dúvida ou persistência dos sintomas, consulte o seu médico ou farmacêutico.


Bom Fim-de-semana.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Homem ao Homem

No outro dia tive uma conversa com um colega de faculdade, que no passado ano lectivo esteve nos EUA, num programa do tipo “Erasmus”.
Enquanto satisfazia a curiosidade fazendo-lhe perguntas sobre a mais poderosa Nação do Mundo, ia-me apercebendo das suas fragilidades, mas mais importante ainda, é o facto de nós Portugal, Europa, estarmos a seguir o seu mau exemplo.
Todos sabemos que os EUA são a Meca do consumo, do emprego, das oportunidades, das artes e de quase tudo. O que nós não sabemos é que os americanos, cada vez mais, vivem o seu dia a dia sem saberem o amanhã, sem garantias ou até mesmo sem rumo.
O meu colega contou-me que grande parte dos Norte Americanos, nem está interessada em estabelecer laços afectivos, uma vez que não sabem o seu dia a seguir. De manhã vão para o trabalho, almoçam num restaurante e ao jantar já tomam a refeição noutro lado qualquer, tudo isto só para evitar rotinas.
É muito importante olharmos para esse modus vivendis, pois não faz, nem nunca fez parte da nossa cultura, o Português, o Europeu quer sentir-se estável, chegar a casa e encontrar família, ir ao café e beber uma cerveja com as caras conhecidas do costume.
Actualmente, num mundo cada vez mais efémero é muito difícil praticar os velhos costumes, a nossa economia está de rastos e com ela caiem também os bons valores que tanto preservamos.
O homem é um ser sociável, não pode deixar que a economia condicione esse costume, é urgente que sejam tomadas medidas importantes para se devolver o Homem ao Homem.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Las Oscuras Golondrinas.

Volverán las oscuras golondrinas
en tu balcón sus nidos a colgar,
y otra vez con el ala a sus cristales
jugando llamarán.
Pero aquellas que el vuelo refrenaban
tu hermosura y mi dicha a contemplar,
aquellas que aprendieron nuestros nombres…¡
esas… no volverán!.
Volverán las tupidas madreselvas
de tu jardín las tapias a escalar,
y otra vez a la tarde aún más hermosas
sus flores se abrirán.
Pero aquellas, cuajadas de rocío
cuyas gotas mirábamos temblar
y caer como lágrimas del día…
¡esas… no volverán!
Volverán del amor en tus oídos
las palabras ardientes a sonar;
tu corazón de su profundo sueño
tal vez despertará.
Pero mudo y absorto y de rodillas
como se adora a Dios ante su altar,
como yo te he querido…; desengáñate,
¡así… no te querrán!
Gustavo Adolfo Bécquer

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Boas Pessoas


O Expresso publicou esta semana um artigo que nos fala sobre o lançamento do livro autobiográfico de João Hall Themido. Entre outras noticias dos bastidores do plano politico internacional, Hall afirma que os feitos de Aristides de Sousa Mendes não passa de um mito criado por judeus.
Aristides de Sousa Mendes ficou celebre pela sua ajuda aos judeus durante a II Grande Guerra, concedendo mais de 25 mil vistos em passaportes, que permitiu assim poupar estas vidas às mãos dos nazis.
Não sei o que os leitores pensam, mas eu continuo a acreditar em pessoas notáveis, continuo a ter esperança em que há alguém bom com capacidade de fazer a mudança. Neste plano de “homens de honra”, Aristides de Sousa Mendes tem lugar de relance tal como Óscar Schindler e outros tantos heróis que contribuem para tornar o mundo um local mais sustentável.


http://aeiou.expresso.pt/gen.pl?p=stories&op=view&fokey=ex.stories/440770

Boa Semana.

sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"Le Fils de l´épicier"

Num destes fins-de-semana, em que eu fico sozinho (de sexta a domingo) e aproveito para descansar da agitada semana que finda, fui a um ciclo de cinema francês. Devo dizer desde já que fui enganado, não ao ciclo de cinema, mas sim ao filme.
Desejava ver uma produção Franco/Sérvia do mestre Emir Kusturica, agora não me lembro do nome do filme, mas para o efeito também não interessa. Acabei por comprar bilhete para a sessão na hora anterior, friso novamente que por engano, indo assim ver um filme que se chamava “Le Fils de l'épicier”, traduzindo, “ O filho do merceeiro”.
Esta história tratava de um rapaz da aldeia, logicamente era filho do merceeiro local, que foi morar para Paris à procura de algo que não retratasse a pasmaceira, da sua terra natal.
Por doença de seu pai, com qual tinha um péssimo relacionamento, este volta para a sua aldeia, ajudando a mãe a tomar conta do negocio, dedicando-se de corpo e alma à venda ambulante pelas aldeias locais.
Este filme é uma narrativa bastante simples, durante o seu decorrer, o espectador assiste a bons momentos de comédia, e acredite que vai sentir-se relaxado por saber que na Europa também há bom cinema.
A todos desejo um óptimo fim-de-semana e aproveitem descansar sem pensar nos problemas da semana.



Filme: “Le Fils de l'épicier”

Director: Eric Guirado

Ano: 2007

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Nada.

Hoje não vou falar de nada, não falo de nada por que me tenha acontecido algo de especial, mas não falo de nada, porque não tenho mesmo nada para falar.
Hoje sai à rua bem cedo pela manhã e pensei: “que dia horrível”. Entrei no carro e conduzi até ao meu destino, como todas as outras pessoas, imagino eu, fui pensando, mas ia pensando calado, sem falar, aliás a mim de manhã não me apetece falar muito, ainda por cima ia sozinho, logo era tonto de fosse falando.
Amanhã pode ser que já me apeteça dizer qualquer coisa, talvez deixe aqui umas linhas a expressar o meu contentamento, mas hoje não vou fazer isso e volto a dizer que não estou triste, mas não me apetece escrever. Basta.
Como sou simpático e até gosto de ser anfitrião, deixo aqui um poemazito, assim como quem não quer coisa e pode ser que alguém se interesse e comente.
Já disse que sou simpático, claro que vos quero receber, até mesmo hoje neste dia em que nada tenho para vos dizer. Sei que podia falar de politica, mas não vi o telejornal, o PSI20 ontem fechou em alta, mas eu não sou accionista, o meu almoço foi grelhada mista, mas isso não vos interessa.
Vou findar sem azedume e como honro a minha palavra, aqui deixo o poema.

Carambola para a direita,
Carambola para a esquerda.
Carambola ao centro e a tormenta começa.
Empresta-me trinquenta para chill com carne.

Rafael D´la Ghetto in America*


*Poeta de rua francês. Exilou-se muito jovem nos E.U.A. onde aderiu à mendicidade. Mais tarde abriu uma loja de pão onde vendia baguettes com atum e alface.
Hoje é reformado e não faz rigorosamente nada.


P.S. Era mesmo muito deprimente que houvesse um Rafael D´la Ghetto. Esta postagem é dedicada a um bom amigo meu que é amante da poesia deste dito cujo. Um abraço a todos vocês.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Sonho ou Realidade?

“Num lugar da Mancha, de cujo nome não me quero lembrar, vivia, não há muito tempo, um desses fidalgos que usam lança em hastilheira, adarga antiga, cavalo magro e galgo corredor”.


in M. de Cervantes - "Dom Quijote", Cap. I, 1605

terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande"


"Talvez tenha ocorrido ao leitor que há uma analogia entre o conceito azande de bruxaria e nosso conceito de azar. Quando, apesar do seu conhecimento, previdência e eficiência técnica, um homem sofre um revés, dizemos que isso se deve à má sorte, enquanto os Azande dizem que ele foi embruxado. As situações que evocam essas duas categorias são similares" (p. 155 [p. 90]).


Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande by E. E. Evans- Pritchard



O excerto de texto que hoje citamos é de um trabalho etnográfico espantoso, o seu autor Evans- Pritchard, dá-nos a conhecer uma tribo fantástica e peculiar, os Azande.
Através da leitura do seu trabalho podemos facilmente compreender que os Azande são um povo que acredita na bruxaria e na feitiçaria, todo o infortúnio que lhe acontece tem um ascendente de bruxedo ou feitiçaria.
Só mesmo através da leitura integral do livro, se consegue perceber um pouco mais sobre estes nativos, no entanto através do excerto de texto que apresentamos, podemos facilmente apreender: Ao que eles chamam bruxaria, nós chamamos azar.
Os Azande explicam os infortúnios através da sua crença na bruxaria e nos oráculos, logo qualquer coisa de mal que lhe acontece é fruto de feitiço ou bruxedo (importante feitiço não é = a Bruxedo).
Imagine o leitor que um dia o seu sofá da sala se parte, o leitor dá um grande tombo e fica estatelado no chão, para qualquer indivíduo Azande este acontecimento era fruto de um acontecimento maléfico, para nós era apenas um golpe de má sorte ou de bicho da traça.
É engraçado vermos as coisas com os olhos do outro e imaginarmos como ele nos vê a nós com os seus olhos, as coisas tomam contornos diferentes e por vezes aquilo que parece não o é.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Esquimós

O relato que vos apresento hoje toma contornos bizarro, mas ainda mais agravante é o facto deste relato incidir, numa pratica macabra, de uma tribo, considerada afável e gentil.
Ao longo dos séculos, as mais diversas sociedades organizaram-se em redor de várias crenças e várias leis, que as regem e orientam, nesse contexto, é estabelecido o que é bom e mau, correcto e incorrecto.
A prática que vos vou contar é ainda mais estranha aos olhos da nossa sociedade “ocidental”, mas temos de ter em conta que nós somos apenas o Homem Branco.
Nas sociedades primitivas, que estão espalhadas (cada vez menos) pelas mais diversas partes do mundo, a aceitação de pessoas com problemas físicos ou mentais varia imenso.
Temos sociedades que aceitam e acompanham os deficientes e idosos, dando-lhes carinho e atenção, auxiliando-os e tornando-lhe a vida mais digna e suportável.
No entanto, em contraste com a prática supra citada, podemos encontrar sociedades onde esse costume é completamente contra a sua cultura.
Numa longa lista de tribos que não ajudam os seus congéneres mais necessitados, assinalamos os esquimós. Relatos de missionários, que mantiveram contacto com esquimós, nomeadamente nos seculos XVII e XVIII, afirmam que estes abandonavam os membros da mesma espécie (com problemas), em locais onde sabiam que passavam ursos. O objectivo é alimentar os ursos e desfazerem-se do inconveniente, que era auxiliar uma pessoa necessitada. Segundo as suas crenças, os ursos deviam estar sempre bem alimentados, para poderem ter um pelo bonito e sedoso, só assim poderia proporcionar-lhes um bom agasalho para a intempérie.
É de facto um costume bastante estranho e ainda mais visto pelos nossos olhos, faz-nos lembrar o III Reich, onde a violação dos direitos humanos é levada ao extremo.
Pensem nisto e comentem.


Bom Fim-de-semana

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Crise


Numa das muitas incursões que faço, a alguns dos meus blogs favoritos, tive a oportunidade de me deparar com este fantastico texto que nos fala sobre a crise. O seu autor satiriza a crise com bastante inteligencia e sentido de humor.
Henrik, o autor do texto, é um bloguista que possui um óptimo espaço (PKINSTANTES), onde eu sou frequentador e o qual aconselho. Deixo-lhe aqui um abraço e muito obrigado pela concessão do texto.




«and now for something completely different»Monty Python.


Estamos em crise. Deve ser a milionésima vez que ouço isto hoje, estamos em crise. Curioso, não me recordo de ouvir outra coisa que não essa desde que me vejo como gente. Não sei se já ouviram, se alguém vos disse, mas: estamos em crise. Estamos em crise de estarmos sempre em crise de estarmos sempre em vias de decidir algo (que é o significado da palavra crise) para no final concluirmos que estamos em crise (já repararam que quando repetem muitas vezes a mesma palavra - no caso, para que não haja dúvidas, é a palavra crise - essa mesma parece apenas um fonema desprovido de sentido?).Não sei ainda por que razão incomoda isto aos portugueses. Serei só eu a sentir que é nisto que somos especialistas? Desde a fundação do condado portucalense que estamos em crise, eu até estou desconfiado que os gregos definiram a palavra a pensar em nós. Sócrates (o grego) terá dito «só sei que nada sei» ao que terá acrescentado «mas sei que Portugal estará em crise especialmente depois de Karistheas lhes enfiar com a bola na baliza em 2004». Eu ainda hei-de de demonstrar que na realidade a tragédia grega foi invenção portuguesa. Camões inventou-a, explicou-a ao Gil Vicente que tinha contactos com o Rei Artur que por sua vez era amigo de Afonso Henriques, para quem não saiba Afonso Henriques era pugilista de um 1, 50 m que venceu o Cassius Clay pela nona vez em 1143 (cuja famosa claque é a do sporting clube de Portugal) o intrépido imperador da fadolândia fundando assim uma colónia a que se veio a dar o nome de Portugal. Quando se apercebeu do tremendo erro que era essa coisa chamada Portugal tentou oferece-la aos espanhóis que declinaram porque já tinham demasiados fungos com que lidar, em particular Lloret del Mar. Sendo assim encarregaram Pêro Vaz de Caminha de encarregar Cavaco Silva de dizer a D. Sebastião que afinal não estava a combater pela Grã-Bretanha mas antes por um pequeno pedaço de terra à beira-mar plantado, o resultado é conhecido: D. Sebastião, que era primo de Vlad o impalador, desapareceu na bruma e voltou para a Transilvânia onde se sentia menos em crise. As consequências foram trágicas: apareceu Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite e a selecção de futebol nunca ganhará um título internacional de jeito (nomeadamente um Europeu ou um imaginário mundial). Por falar em títulos, se houvesse uma manchete com esta história relatada se calhar lia mais jornais.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

MORS LIBERATRIX


MORS LIBERATRIX
Na tua mão, sombrio cavaleiro,
Cavaleiro vestido de armas pretas,
Brilha uma espada feita de cometas,
Que rasga a escuridão, como um luzeiro.

Caminhas no teu curso aventureiro,
Todo envolto na noite que projectas...
Só o gládio de luz com fulvas betas
Emerge do sinistro nevoeiro.

- «Se esta espada que empunho é coruscante
(Responde o negro cavaleiro andante),
É porque esta é a espada da Verdade:

Firo mas salvo... Prostro e desbarato,
Mas consolo... Subverto, mas resgato...
E, sendo a Morte, sou a liberdade.»

Antero de Quental

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Damien Hirst


Damien Hirst é um dos criadores contemporâneos mais criticados, a sua polémica obra tem alicerces bizarros para a sociedade ocidental.
Este autor britânico foi o líder dos “Young British Artists”, um movimento de jovens artistas que procriou nos anos 90, embora o seu reconhecimento internacional ficasse muito ligado ao coleccionador, Charles Saatchi.
A morte é o tema central da obra de Hirst, sendo esta temática ferozmente criticada, a maneira das suas peças serem concebidas é de uma crueza extrema, o que lhe valeu ser barrado em mais de uma Cidade, incluindo Nova Iorque.

Para mais informações: http://www.damienhirst.com/ ;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Damien_Hirst

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Biocant

Hoje apresento-vos o BIOCANT, centro de investigação em biotecnologia.
O Biocant fica situado em Cantanhede e é um centro único em Portugal, a sua missão é desenvolver projectos inovadores em diversas áreas tecnológicas, desde novos conceitos de desenvolvimento para empresas, assim como na exploração de novos caminhos no âmbito da saúde e biologia molecular.
É importante salientar, que o Biocant possui uma vasta rede de parcerias com empresas dos mais diversos sectores.
Não vos vou contar mais, deixo aqui o site para se poderem informar melhor. Aconselho sinceramente, pois é através de iniciativas como estas que "o mundo pula e avança".


Boa Fim de Semana

terça-feira, 14 de outubro de 2008

NOB(R)EL ATITUDE


Martti Ahtisaari nasceu no dia 23 de Junho de 1937 em Viipuri (actualmente Vyborg na Rússia), a sua carreira começou por ser dedicada ao ensino, mas mais tarde optou por uma percurso dedicado à diplomacia.
Entre as suas passagens diplomáticas, recordamos a de 1973/1976, quando foi embaixador na Tanzânia, o seu reconhecido trabalho valeu-lhe posteriormente a nomeação de Comissário das Nações Unidas para a Namíbia em 1977, sendo que ulteriormente foi no mesmo país representante especial do secretário-geral, o seu papel foi de distinta importância, uma vez que foi pedra edificadora, para a independência do país em 1990.
Em 1987 é nomeado secretário-geral adjunto da ONU e fica encarregue da gestão e da administração, função que ocupa até 1991.
Regressado à Europa, em meados dos anos 90, toma uma forte posição a favor da paz nos Balcãs, chegando mesmo a presidir um grupo de trabalho da conferência internacional para a ex-Jugoslávia na Bósnia-Herzegovina.
Em 1994 foi eleito presidente da Finlândia, mas nunca abandonou a cena internacional, em 1999 junto com o antigo primeiro-ministro Russo,Viktor Tchernomirdin, consegue convencer o Presidente jugoslavo Slobodan Milosevic a pôr fim às operações militares no Kosovo contra a guerrilha separatista albanesa em troca do fim dos bombardeamentos da NATO.
Após concluir o mandato como presidente da Finlândia, criou a Crisis Management Initiative (Iniciativa de Gestão de Crises), uma fundação especializada na mediação de conflitos, a qual preside.
Em Janeiro de 2006 conduz as negociações, entre o governo indonésio e os separatistas do Movimento Aceh Livre (GAM), quando estes se encontravam em guerra há mais de 30 anos. O processo foi concluído com a chegada da paz entre ambos.
Em 2007 entregou um relatório ao conselho de Segurança, que indicava que o Kosovo deveria ser independente.

-Critica-

Num mundo que vive disparidades enormes, em que a pobreza e as guerras fazem parte do pão-nosso de muitos povos, é importante haver alguém que reme contra a maré.
Os prémios Nobel da paz são exemplos de dedicação a uma causa, tornar o mundo num local melhor, devem ser admirados e imitados, pois eles são os verdadeiros Heróis da esfera internacional.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Quinta da Regaleira


É simplesmente um local mágico, vale a pena perder-se por lá durante um dia.

Bom Fim de Semana.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ignorância Não Obrigado


Andava pela net a vaguear e fui parar a um blog onde se falava de Mário Machado, esse líder exemplar que defende uma causa tão nobre, como é a raça portuguesa, branca, ou seja lá o que for.
Falando de coisas sérias e deixando de lado a aberração da personagem,é importante salientar que o conceito de Raça é muito próprio do ser humano para agrupar as coisas, neste caso as pessoas, de maneira a proceder à fácil identificação. Desde a Grécia antiga houve uma necessidade de catalogar as coisas, como é o exemplo da alimentação; Comestível e não comestível.
A ideia de catalogar as raças era para distinguir as pessoas mais facilmente, de modo a que permitisse uma fácil identificação, nomeadamente em casos onde se aplicava a ciência forense ou a investigação criminal(dados de antropometria).
No entanto esta ideia de organização acabou por ser distorcida e consequentemente utilizada como método discriminatório e persecutório, foram vários os governos, que aproveitaram os estudos sobre a raça para fundamentarem os seus alicerces de terror.
Primeiramente diversos antropólogos efectuaram estudos no sentido de catalogar as diversas raças humanas, no entanto nunca houve um forte motivo que sustentasse a tese. Mais recentemente com a revolução no campo da genética, constatou-se que não existiam elementos que asseverassem a distinção entre as pessoas.
Hoje em dia os argumentos racistas já não fazem sentido, no entanto há sempre uma corja de ignorantes violentos, que pegam em conceitos ultrapassados, para escoar a má educação que tiveram.
É mais fácil apontar o dedo do que trabalhar para tentar melhorar o que está mal,podemos mesmo tomar como o exemplo a caricatura que é o PNR e o seu líder, um completo ignorante,parece saído do espectáculo dos horrores de Pete barnu. O que é que este partido tem de útil? Será que se conseguissem representatividade parlamentar iam meter lá o anormal do M.Machado como deputado? Ou será que instauravam um regime totalitário de Direita?
Não sei, mas também tenho a certeza que essa cambada nunca irá chegar longe.
Racismo Não Obrigado.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

CUF -


É no seguimento da reportagem que foi exibida no passado sábado, na RTP, que eu venho publicar no meu blog, ou seja, este espaço,hoje, é dedicado aquele que foi o maior grupo empresarial Português.


A Companhia União Fabril (CUF) foi fundada em 1865, empresa destinada ao fabrico de sabões, de estearina e óleos vegetais. Mas foi em 1908, sob o comando de Alfredo da Silva, que se criou aquele que foi o “maior complexo industrial do país, que deu emprego a centenas de milhares de trabalhadores”, diz o Presidente da Câmara, Carlos Humberto.
A empresa atravessa a passagem do século XIX para o século XX, a implantação da República em 1910, a guerra de 1914-1918, a mudança de Regime em 1926 e a guerra de 1939-1945. Mas é o fim do Estado Novo, em 1974, que opera a grande viragem no seio da CUF.
Segundo o antigo administrador da CUF/Quimigal, Sardinha Pereira, “dá-se o 25 de Abril e sentem-se alterações profundas em todo o país. E a CUF não foi excepção”, sendo nacionalizada em 1975.
A antiga CUF é transformada na Quimigal, que surge da fusão de três grandes unidades de adubos nacionais (CUF, Nitratos de Portugal e Amoníaco Português). O objectivo: “criar uma grande unidade nacional que pudesse ter capacidade em relação a outros grupos europeus de adubos. A Quimigal era uma unidade de produção de adubos, mas também de produtos químicos”, afirma Sardinha Pereira.
A Crise do Petróleo dos anos 70 provocou uma nova reviravolta. Gera-se uma crise recorrente que impulsionou a realização de um estudo aprofundado para a reformulação de toda a empresa.
A outrora Quimigal passa a Quimiparque. O complexo industrial converte-se em parque empresarial, onde as anteriores actividades e serviços se transformam em empresas privatizadas. O principal modelo desta remodelação foi a Inglaterra, explica o administrador então responsável, Sardinha Pereira.
Hoje, as chaminés das fábricas da CUF são apenas peças de uma memória longínqua. O fumo outrora intenso, o aglomerado de operários junto aos portões das fábricas, o toque da sirene anunciando o fim de mais um dia de trabalho não são mais do que leves recordações de um tempo passado.

Texto de Luciana Maruta




Critica


Supra citada está a resumida e incompleta história daquele que outrora foi um dos maiores grupos empresariais portugueses.

A CUF era em seu tempo um conglomerado de empresas que operava no Barreiro, a sua quase auto-suficiência, assim como o seu posicionamento estratégico, permitiu que se tornasse num dos principais exportadores do nosso pais.

A CUF, nas mãos do seu primeiro impulsionador, A.Silva, era uma empresa paternalista, proporcionando aos seus colaboradores mais e melhores condições que qualquer outra empresa no mundo.

Porém a CUF viria a ver o seu maior crescimento aquando da direcção dos irmão Mello. Foram estes que tomaram medidas inovadoras para o desenvolvimento do grupo, como é o exemplo da formação dos primeiros gestores de Topo a actuarem em Portugal.

Em seu tempo esta empresa empregava a maior parte da população do Barreiro sendo o seu peso no mercado equivalente a 5% do PIB nacional.

Após o 25 de Abril e com a subsequente má politica de tornar esta empresa publica, o grupo sofreu muitas transformações, e hoje ainda é visível,no barreiro, o resultado dessa péssima opção.

Resta deste "Titanic" empresarial a gloria doutro tempo e a carcaça adormecida à espera, quem sabe de outro Alfredo Silva ou de outros Irmãos Mello.


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Quanta Vida Rodeia a Morte


“O hábito é que me faz suportar a vida. Às vezes acordo com este grito: - A morte! A morte! - e debalde arredo o estúpido aguilhão. Choro sobre mim mesmo como sobre um sepulcro vazio. Oh! Como a vida pesa, como este único minuto com a morte pela eternidade pesa! Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil! Não se passa nada, não se passa nada. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. O tempo mói: mói a ambição e o fel e torna as figuras grotescas.”

"Húmus" de Raul Brandão

A vida por vezes toma contornos monótonos: levantamo-nos, vamos para o trabalho, almoçamos, trabalhamos, regressamos a casa e dormimos.
Em cada um dos nossos dias nada fazemos de diferente e também nada fazemos para que seja diferente, dai a nossa vida capitular numa rotina insípida.
À medida que caminhamos no mundo o tempo rouba-nos anos, então sentimos medo da morte, ganhamos a consciência que ela existe e decidimos não viver para passarmos o tempo a pensar nessa escura certeza.
Ao saber que a morte é um dogma não devemos teme-la nem almeja-la, mas sim pegar no seu princípio para passar a aproveitar a vida.
É importante respirar cada pequeno passo diário, saborear cada derrota e sorrir em cada vitória, não deixar que a chuva nos encharque nem que o Sol nos queime, a vida possui muitas coisas fantásticas, mas é necessário vê-las assim mesmo, lindas e sem receios.

sábado, 27 de setembro de 2008

Não entendo.


Pois é não entendo mesmo.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

África Minha


“O empobrecimento dos países africanos por mecanismos de dependência externa é uma das principais causas do fenómeno migratório africano. O cancelamento das dívidas deve ser o primeiro passo para travar êxodo, avaliam activistas.”.


Verena Glass – Carta Maior
http://www.inesc.org.br/noticias/noticias-gerais/2007/janeiro-2007/divida-externa-na-africa-e-fator-decisivo-do-processo-migratorio/

Um dos maiores problemas a nível mundial é o endividamento da maior parte dos países africanos, o que provoca uma forte migração para países à procura de melhores condições de vida.
Eu levanto uma pergunta, para alem dos anos de colonialismo, de roubos e violações humanitárias, que factura, ainda terá de pagar África para ser livre.
Todos temos consciência que o Continente da Terra Vermelha é um dos mais ricos do mundo, no entanto é assolado por guerras, fome, doenças e como se não bastasse, é escravo económico de estados primeiro mundistas.
É urgente que alguém olhe para África e resolva de uma vez por todas perdoar a divida externa dos países deste continente, é impreterivelmente necessário que se procure ajudar no seu desenvolvimento económico.
É ainda imprescindível que os principais países mundiais estabeleçam alguma estabilidade política e social que contribua para o seu desenvolvimento, assim como para a fixação das suas populações.
Todas estas ajudas contribuiriam logicamente para acabar com a corrupção dos seus líderes, para a criação de postos de emprego, para uma melhoria nos recursos sanitários e de higiene e consequentemente para a melhoria na esperança media de vida.
Ao ajudar o continente africano não só nos redimimos por todo o mal que lhe fizemos ao longo da história, como também nos ajudamos a nós, ao acabar com a emigração clandestina. É importante que vejamos que são vidas humanas que estão em causa.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Yanomami


Os yanomami são uma sociedade de caçadores – recolectores da floresta tropical da Amazónia (norte). O contacto destes nativos com homem branco ocidental é recente, supomos que foi através de caçadores, viajantes ou garimpeiros, entre 1910 e 1940.
Actualmente cogitasse que existam cerca de 26 mil yanomamis, estando distribuídos em ambos os lados da fronteira, Brasil – Venezuela, ocupando uma área de aproximadamente 192.000 km ².
Em meados da década de 60 foram estabelecidos os primeiros contactos permanentes com os yanomami através de missões evangelizadoras, foi também através destas incumbências que se estabeleceram pólos de sedentarismo na região. Estes postos visavam prestar alguma assistência sanitária e médica, porem através deste contacto permanente, foram surgindo diversas epidemias, como é o caso da gripe, sarampo e coqueluche.
Nas décadas de 70 e 80 o Estado submeteu os yanomami a formas massivas de contacto com a fronteira económica regional em expansão, tenta assim a colonização. Estes contactos provocaram um forte choque epidemiológico que atingiu grandes proporções, levando a um grande número de baixas demográficas e a uma degradação sanitária generalizada, assim como a grandes fenómenos de desnaturação social.

Nota Crítica

Num mundo perverso e efémero como é o nosso, os yanomami ainda era até há bem pouco tempo seres virgens, a nossa civilização ainda não os tinha penetrado com a violência da modernidade.
Estes povos nativos viviam estipulados pelas suas leis, baseados na sua economia de subsistência, acreditando nos seus xamãs e sobretudo viviam longe de epidemias. Com a chegada do Homem Branco e com as suas “maravilhas civilizadoras”, tudo se alterou, a sociedade yanomami foi brutalmente profanada com a “Luz do conhecimento” e consequentemente com as epidemias, doenças e morte.

Sites Interessantes:

http://www.pegue.com/indio/yanomami.htm
http://www.socioambiental.org/pib/portugues/indenos/yanomami.shtm
http://www.comciencia.br/reportagens/amazonia/amaz10.htm
http://www.arara.fr/BBTRIBOYANOMANI.html

terça-feira, 23 de setembro de 2008

A Resposta Está no Vento...


Blowin' In The Wind (tradução)
Bob Dylan


Quantas estradas precisará um homem andar
Antes que possam chamá-lo homem?
Sim e quantos mares precisará uma pomba branca sobrevoar
Antes que possa dormir na areia?
Sim e quantas vezes precisarão as balas de canhão voar
Até serem para sempre abandonadas?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento
Quantos anos pode existir uma montanha
Antes que seja lavada pelo mar?
Sim e quantos anos podem algumas pessoas existir
Até que possam ser livres?
Sim e quantas vezes pode um homem virar a sua cabeça
E fingir que ele simplesmente não vê?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento
Quantas vezes precisará um homem olhar para cima
Até poder ver o céu?
Sim e quantos ouvidos precisará um homem ter
Até que possa ouvir o povo chorar?
Sim e quantas mortes custará até que ele saiba
Que pessoas demais já morreram?
A resposta meu amigo está soprando no vento
A resposta está soprando no vento

Deixo que os leitores do blog comentem, eu estou sem comentários.

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Pometeu Agrilhoado

“Prometeu, em mitologia grega, (em grego, Προμηθεύς — "premeditação") é um titã grego, filho do titã Jápeto e de Ásia, também chamada de Clímene, (filha de Oceanus) (segundo alguns autores, sua mãe seria Témis) e irmão de Atlas, Epimeteu e Menoécio.”


Hoje trouxe a este espaço, uma das figuras da mitologia grega, que eu mais aprecio, o Prometeu.
Este titã foi incumbido de supervisionar o seu irmão, que tinha a tarefa de criar todos os animais e todos os seres humanos do mundo. Enquanto a uns dava a força, a outros dava a coragem, a uns dava garras e a outros dava cornos, assim os foi criando.
No entanto uma condição teria de ser respeitada, o Homem teria de ser o mais bem dotado, de tal maneira que pudesse domina-los todos.
Epimeteu após ter criado todos os animais, já não possuía mais recurso, assim não poderia criar o Homem. Foi então que Prometeu, junto com Minerva, decidiram roubar o fogo aos Deuses, todavia o fogo era exclusivo deles.
Prometeu foi castigado por Zeus, seria agrilhoado no Cáucaso por Hefesto, e todos os dias um abutre ou uma águia, comeriam um pedaço do seu fígado, dada a sua imortalidade o seu fígado regenerava-se e Prometeu teria um castigo por 30.000 anos.
Prometeu foi libertado por Hércules, que após ter concluído os seus 12 trabalhos dedicou-se a aventuras, mas no lugar dele, deveria ficar o Centauro Quìron, era uma exigência para que fosse libertado.

A peça de treatro foi primeiramente encenada por Ésquilo no século V a.C. dando a perspectiva clássica ao mito, por sua vez outros autores lhe seguiram, entre eles Franz Kafka e E.Miller, estes autores acrescentaram algo à trágica história do titã.
Prometeu personifica a ousadia, o fogo símbolo do conhecimento foi roubado aos deuses e dado aos humanos. O conhecimento é o que nos distingue, saber ajuizar e tomar decisões conscientes torna-nos singulares.
Tenho pena de não haver por esse “mundo foram uns quantos Prometeus”.

"Encobre o teu Céu ó Zeus
com nebuloso véu e,
semelhante ao jovem que gosta
de recolher cardos
retira-te para os altos do carvalho ereto
Mas deixa que eu desfrute a Terra,
que é minha, tanto quanto esta cabana
que habito e que não é obra tua
e também minha lareira que,
quando arde, sua labareda me doura.
Tu me invejas!
(...)
Eu honrar a ti? Por quê?
Livraste a carga do abatido?
Enxugaste por acaso a lágrima do triste?
(...)
Por acaso imaginaste, num delírio,
que eu iria odiar a vida e retirar-me para o ermo
por alguns dos meus sonhos se haverem
frustrado?
Pois não: aqui me tens
e homens farei segundo minha própria imagem:
homens que logo serão meus iguais
que irão padecer e chorar, gozar e sofrer
e, mesmo que forem parias,
não se renderão a ti como eu fiz"


Goethe Prometheus 1774.

quarta-feira, 17 de setembro de 2008


“A Lehman Brothers vai hoje apresentar a declaração de falência na Câmara de Falências de Nova Iorque, depois de perdas de cerca de 3,9 mil milhões de dólares (2,7 mil milhões de euros) no terceiro trimestre do ano, devido a depreciações nos seus activos devido à crise no mercado imobiliário.”
Fonte:http://www.jornaldenegocios.pt/index.php?template=SHOWNEWS&id=331272


A economia mundial está a atravessar momentos difíceis, o escalar vertiginoso do preço do crude, a precariedade dos empregos ou mesmo a falta destes, e a elevada taxa de juro à habitação, são factores que contribuem para a crise.
No meu ponto de vista, um dos principais culpados por esse facto são os próprios bancos, ou seja, com a sua ganância e protegidos por todos os governos, praticam taxas de juro insuportáveis.
Por necessidade as pessoas adquirem créditos que a vida mais tarde não lhes permite suportar o pagamento da prestação, assim os bancos accionam a hipoteca e ficam com os imóveis, e essa espiral em queda provoca o congestionamento da economia, por uma lado os bancos não recebem o dinheiro, e por outro lado não conseguem vender os imóveis pois não existem compradores.
Temos de travar essa situação, não podemos ser vítimas de usura como temos sido até hoje, todos temos direito à habitação, todos temos o direito a um emprego e a viver condignamente, não podemos ser apenas um brinquedo nas mãos do capitalismo desmedido.

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Miserável Publicidade


No outro dia vi uma situação extremamente lamentável, era domingo de manhã, estava uma manhã linda, a cidade estava cheia de turistas e de habitantes a passear com os filhos, pessoas a andar de bicicleta e a passear com os seus cães. Era um dia de filme.
Decidi comprar a revista Sábado, pois uma reportagem na capa chamou a minha atenção. Sentei-me numa esplanada e sendo perto da hora de almoço, devorei a revista acompanhada por dois finos.
Naquele momento idílico tudo era perfeito, até chegar à página em que mostrava uma outra reportagem(não a que me levou a comprar a revist) ,que falava da campanha, de uma publicidade, da marca Vogue, praticada na India.
Fiquei realmente deprimido com a campanha da prestigiada marca, esta consiste em retratar pessoas pobres, que ganha menos de 0.90 euros por dia, vestidas com artigos de luxo.
Numa das muitas fotos que para mim troçam da triste e miserável realidade daquelas pessoas, pode ver-se uma criança com um babéte, ao colo de uma senhora de idade desdentada, é-me pertinente relembrar que aquele amparo de baba custa mais de 70 euros.
Fico perplexo com a falta de ética da marca, mas maior défice de bom senso tem quem adquire os seus produtos.
Que mundo este…

sexta-feira, 12 de setembro de 2008

Tiros de Liberdade



Cantar Alentejano
Zeca Afonso



Cantar Alentejano
Zeca Afonso
Chamava-se Catarina

O Alentejo a viu nascer

Serranas viram-na em vida

Baleizao a viu morrer

Ceifeiras na manha fria

Flores na campa lhe vao pôr

Ficou vermelha a campina

Do sangue que entao brotou

Acalma o furor campina

Que o teu pranto nao findou

Quem viu morrer Catarina

Nao perdoa a quem matou

Aquela pomba tao branca

Todos a querem p'ra si

O Alentejo queimado

Ninguém se lembra de ti

Aquela andorinha negra

Bate as asas p'ra voar

O Alentejo esquecido

Inda um dia hás-de cantar


Poema de Vicente Campinas "Cantar Alentejano"



Hoje, o nosso blog presta homenagem a uma grande mulher, que está perpetuada na história recente do nosso país, Catarina Eufémia. Este nome é um dos maiores símbolos da resistência ao regime fascista, que se instaurou em Portugal.
Catarina Efigénia Sabino Eufémia ( Baleizão, 13 de Fevereiro 1928 – Monte do Olival, Baleizão , 19 de Maio de 1954) – Era uma ceifeira portuguesa, mãe de três filhos, que foi assassinada a tiro pelo tenente Carrajola da Guarda Nacional Republicana.
O seu assassinato adveio no seguimento de uma greve de assalariadas rurais, esta encontrava-se com um dos seus filhos ao colo, quando foi atingida mortalmente.
Actualmente Catarina Eufémia é uma das principais fontes inspiradoras para os agrilhoados, retrato dessa realidade é o facto de ter servido de musa inspiradora, para poetas e cantores. O nosso poema de hoje é da autoria de Vicente Campinas, e já foi cantado por outro do mais nobres emblemas da resistência ao regime, Zeca Afonso.