terça-feira, 19 de janeiro de 2010

My only Friend


Por detrás da secretária Barrow não podia deixar de reparar na tatuagem de Parker, o seu ombro descoberto suportava um desejo de enormes fantasias. O dia tinha chegado ao fim, a luz escura do seu escritório na Babel, apelava à carne.
Parker sabia bem que acabaria por ceder à libido do seu companheiro, toda ela estava desfeita na vontade de cair nas malhas resvaladiças de um sofá que ali se encontrava. Após o fogo dar lugar ao fumo e assim até chegar a cinza, ficou tudo mais frio, Parker havia desaparecido da mesma forma como apareceu.
As ruas voltaram novamente a ser maiores, os carros, em rodopio dirigiam-se endiabrados para um rumo sem destino, naquele porto marítimo onde o mar havia desaparecido, os navios apinhavam-se sem saber para onde haviam de zarpar. Tudo estava lá, o telefone que já não tocava, o sinal de mensagem que de tão farto de esperar acabou por morrer de solidão.
(…)
Ao fundo da rua, um carro deixava escapar na sua passagem o seguinte refrão,”Eles não nos irão forçar mais, eles irão parar de nos degradar, eles não nos irão controlar”… cada um de nós sairá por sua vez vitorioso.