sexta-feira, 31 de outubro de 2008

"Le Fils de l´épicier"

Num destes fins-de-semana, em que eu fico sozinho (de sexta a domingo) e aproveito para descansar da agitada semana que finda, fui a um ciclo de cinema francês. Devo dizer desde já que fui enganado, não ao ciclo de cinema, mas sim ao filme.
Desejava ver uma produção Franco/Sérvia do mestre Emir Kusturica, agora não me lembro do nome do filme, mas para o efeito também não interessa. Acabei por comprar bilhete para a sessão na hora anterior, friso novamente que por engano, indo assim ver um filme que se chamava “Le Fils de l'épicier”, traduzindo, “ O filho do merceeiro”.
Esta história tratava de um rapaz da aldeia, logicamente era filho do merceeiro local, que foi morar para Paris à procura de algo que não retratasse a pasmaceira, da sua terra natal.
Por doença de seu pai, com qual tinha um péssimo relacionamento, este volta para a sua aldeia, ajudando a mãe a tomar conta do negocio, dedicando-se de corpo e alma à venda ambulante pelas aldeias locais.
Este filme é uma narrativa bastante simples, durante o seu decorrer, o espectador assiste a bons momentos de comédia, e acredite que vai sentir-se relaxado por saber que na Europa também há bom cinema.
A todos desejo um óptimo fim-de-semana e aproveitem descansar sem pensar nos problemas da semana.



Filme: “Le Fils de l'épicier”

Director: Eric Guirado

Ano: 2007

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Nada.

Hoje não vou falar de nada, não falo de nada por que me tenha acontecido algo de especial, mas não falo de nada, porque não tenho mesmo nada para falar.
Hoje sai à rua bem cedo pela manhã e pensei: “que dia horrível”. Entrei no carro e conduzi até ao meu destino, como todas as outras pessoas, imagino eu, fui pensando, mas ia pensando calado, sem falar, aliás a mim de manhã não me apetece falar muito, ainda por cima ia sozinho, logo era tonto de fosse falando.
Amanhã pode ser que já me apeteça dizer qualquer coisa, talvez deixe aqui umas linhas a expressar o meu contentamento, mas hoje não vou fazer isso e volto a dizer que não estou triste, mas não me apetece escrever. Basta.
Como sou simpático e até gosto de ser anfitrião, deixo aqui um poemazito, assim como quem não quer coisa e pode ser que alguém se interesse e comente.
Já disse que sou simpático, claro que vos quero receber, até mesmo hoje neste dia em que nada tenho para vos dizer. Sei que podia falar de politica, mas não vi o telejornal, o PSI20 ontem fechou em alta, mas eu não sou accionista, o meu almoço foi grelhada mista, mas isso não vos interessa.
Vou findar sem azedume e como honro a minha palavra, aqui deixo o poema.

Carambola para a direita,
Carambola para a esquerda.
Carambola ao centro e a tormenta começa.
Empresta-me trinquenta para chill com carne.

Rafael D´la Ghetto in America*


*Poeta de rua francês. Exilou-se muito jovem nos E.U.A. onde aderiu à mendicidade. Mais tarde abriu uma loja de pão onde vendia baguettes com atum e alface.
Hoje é reformado e não faz rigorosamente nada.


P.S. Era mesmo muito deprimente que houvesse um Rafael D´la Ghetto. Esta postagem é dedicada a um bom amigo meu que é amante da poesia deste dito cujo. Um abraço a todos vocês.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

Sonho ou Realidade?

“Num lugar da Mancha, de cujo nome não me quero lembrar, vivia, não há muito tempo, um desses fidalgos que usam lança em hastilheira, adarga antiga, cavalo magro e galgo corredor”.


in M. de Cervantes - "Dom Quijote", Cap. I, 1605

terça-feira, 28 de outubro de 2008

"Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande"


"Talvez tenha ocorrido ao leitor que há uma analogia entre o conceito azande de bruxaria e nosso conceito de azar. Quando, apesar do seu conhecimento, previdência e eficiência técnica, um homem sofre um revés, dizemos que isso se deve à má sorte, enquanto os Azande dizem que ele foi embruxado. As situações que evocam essas duas categorias são similares" (p. 155 [p. 90]).


Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande by E. E. Evans- Pritchard



O excerto de texto que hoje citamos é de um trabalho etnográfico espantoso, o seu autor Evans- Pritchard, dá-nos a conhecer uma tribo fantástica e peculiar, os Azande.
Através da leitura do seu trabalho podemos facilmente compreender que os Azande são um povo que acredita na bruxaria e na feitiçaria, todo o infortúnio que lhe acontece tem um ascendente de bruxedo ou feitiçaria.
Só mesmo através da leitura integral do livro, se consegue perceber um pouco mais sobre estes nativos, no entanto através do excerto de texto que apresentamos, podemos facilmente apreender: Ao que eles chamam bruxaria, nós chamamos azar.
Os Azande explicam os infortúnios através da sua crença na bruxaria e nos oráculos, logo qualquer coisa de mal que lhe acontece é fruto de feitiço ou bruxedo (importante feitiço não é = a Bruxedo).
Imagine o leitor que um dia o seu sofá da sala se parte, o leitor dá um grande tombo e fica estatelado no chão, para qualquer indivíduo Azande este acontecimento era fruto de um acontecimento maléfico, para nós era apenas um golpe de má sorte ou de bicho da traça.
É engraçado vermos as coisas com os olhos do outro e imaginarmos como ele nos vê a nós com os seus olhos, as coisas tomam contornos diferentes e por vezes aquilo que parece não o é.

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Esquimós

O relato que vos apresento hoje toma contornos bizarro, mas ainda mais agravante é o facto deste relato incidir, numa pratica macabra, de uma tribo, considerada afável e gentil.
Ao longo dos séculos, as mais diversas sociedades organizaram-se em redor de várias crenças e várias leis, que as regem e orientam, nesse contexto, é estabelecido o que é bom e mau, correcto e incorrecto.
A prática que vos vou contar é ainda mais estranha aos olhos da nossa sociedade “ocidental”, mas temos de ter em conta que nós somos apenas o Homem Branco.
Nas sociedades primitivas, que estão espalhadas (cada vez menos) pelas mais diversas partes do mundo, a aceitação de pessoas com problemas físicos ou mentais varia imenso.
Temos sociedades que aceitam e acompanham os deficientes e idosos, dando-lhes carinho e atenção, auxiliando-os e tornando-lhe a vida mais digna e suportável.
No entanto, em contraste com a prática supra citada, podemos encontrar sociedades onde esse costume é completamente contra a sua cultura.
Numa longa lista de tribos que não ajudam os seus congéneres mais necessitados, assinalamos os esquimós. Relatos de missionários, que mantiveram contacto com esquimós, nomeadamente nos seculos XVII e XVIII, afirmam que estes abandonavam os membros da mesma espécie (com problemas), em locais onde sabiam que passavam ursos. O objectivo é alimentar os ursos e desfazerem-se do inconveniente, que era auxiliar uma pessoa necessitada. Segundo as suas crenças, os ursos deviam estar sempre bem alimentados, para poderem ter um pelo bonito e sedoso, só assim poderia proporcionar-lhes um bom agasalho para a intempérie.
É de facto um costume bastante estranho e ainda mais visto pelos nossos olhos, faz-nos lembrar o III Reich, onde a violação dos direitos humanos é levada ao extremo.
Pensem nisto e comentem.


Bom Fim-de-semana

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Crise


Numa das muitas incursões que faço, a alguns dos meus blogs favoritos, tive a oportunidade de me deparar com este fantastico texto que nos fala sobre a crise. O seu autor satiriza a crise com bastante inteligencia e sentido de humor.
Henrik, o autor do texto, é um bloguista que possui um óptimo espaço (PKINSTANTES), onde eu sou frequentador e o qual aconselho. Deixo-lhe aqui um abraço e muito obrigado pela concessão do texto.




«and now for something completely different»Monty Python.


Estamos em crise. Deve ser a milionésima vez que ouço isto hoje, estamos em crise. Curioso, não me recordo de ouvir outra coisa que não essa desde que me vejo como gente. Não sei se já ouviram, se alguém vos disse, mas: estamos em crise. Estamos em crise de estarmos sempre em crise de estarmos sempre em vias de decidir algo (que é o significado da palavra crise) para no final concluirmos que estamos em crise (já repararam que quando repetem muitas vezes a mesma palavra - no caso, para que não haja dúvidas, é a palavra crise - essa mesma parece apenas um fonema desprovido de sentido?).Não sei ainda por que razão incomoda isto aos portugueses. Serei só eu a sentir que é nisto que somos especialistas? Desde a fundação do condado portucalense que estamos em crise, eu até estou desconfiado que os gregos definiram a palavra a pensar em nós. Sócrates (o grego) terá dito «só sei que nada sei» ao que terá acrescentado «mas sei que Portugal estará em crise especialmente depois de Karistheas lhes enfiar com a bola na baliza em 2004». Eu ainda hei-de de demonstrar que na realidade a tragédia grega foi invenção portuguesa. Camões inventou-a, explicou-a ao Gil Vicente que tinha contactos com o Rei Artur que por sua vez era amigo de Afonso Henriques, para quem não saiba Afonso Henriques era pugilista de um 1, 50 m que venceu o Cassius Clay pela nona vez em 1143 (cuja famosa claque é a do sporting clube de Portugal) o intrépido imperador da fadolândia fundando assim uma colónia a que se veio a dar o nome de Portugal. Quando se apercebeu do tremendo erro que era essa coisa chamada Portugal tentou oferece-la aos espanhóis que declinaram porque já tinham demasiados fungos com que lidar, em particular Lloret del Mar. Sendo assim encarregaram Pêro Vaz de Caminha de encarregar Cavaco Silva de dizer a D. Sebastião que afinal não estava a combater pela Grã-Bretanha mas antes por um pequeno pedaço de terra à beira-mar plantado, o resultado é conhecido: D. Sebastião, que era primo de Vlad o impalador, desapareceu na bruma e voltou para a Transilvânia onde se sentia menos em crise. As consequências foram trágicas: apareceu Santana Lopes e Manuela Ferreira Leite e a selecção de futebol nunca ganhará um título internacional de jeito (nomeadamente um Europeu ou um imaginário mundial). Por falar em títulos, se houvesse uma manchete com esta história relatada se calhar lia mais jornais.

terça-feira, 21 de outubro de 2008

MORS LIBERATRIX


MORS LIBERATRIX
Na tua mão, sombrio cavaleiro,
Cavaleiro vestido de armas pretas,
Brilha uma espada feita de cometas,
Que rasga a escuridão, como um luzeiro.

Caminhas no teu curso aventureiro,
Todo envolto na noite que projectas...
Só o gládio de luz com fulvas betas
Emerge do sinistro nevoeiro.

- «Se esta espada que empunho é coruscante
(Responde o negro cavaleiro andante),
É porque esta é a espada da Verdade:

Firo mas salvo... Prostro e desbarato,
Mas consolo... Subverto, mas resgato...
E, sendo a Morte, sou a liberdade.»

Antero de Quental

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Damien Hirst


Damien Hirst é um dos criadores contemporâneos mais criticados, a sua polémica obra tem alicerces bizarros para a sociedade ocidental.
Este autor britânico foi o líder dos “Young British Artists”, um movimento de jovens artistas que procriou nos anos 90, embora o seu reconhecimento internacional ficasse muito ligado ao coleccionador, Charles Saatchi.
A morte é o tema central da obra de Hirst, sendo esta temática ferozmente criticada, a maneira das suas peças serem concebidas é de uma crueza extrema, o que lhe valeu ser barrado em mais de uma Cidade, incluindo Nova Iorque.

Para mais informações: http://www.damienhirst.com/ ;
http://pt.wikipedia.org/wiki/Damien_Hirst

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Biocant

Hoje apresento-vos o BIOCANT, centro de investigação em biotecnologia.
O Biocant fica situado em Cantanhede e é um centro único em Portugal, a sua missão é desenvolver projectos inovadores em diversas áreas tecnológicas, desde novos conceitos de desenvolvimento para empresas, assim como na exploração de novos caminhos no âmbito da saúde e biologia molecular.
É importante salientar, que o Biocant possui uma vasta rede de parcerias com empresas dos mais diversos sectores.
Não vos vou contar mais, deixo aqui o site para se poderem informar melhor. Aconselho sinceramente, pois é através de iniciativas como estas que "o mundo pula e avança".


Boa Fim de Semana

terça-feira, 14 de outubro de 2008

NOB(R)EL ATITUDE


Martti Ahtisaari nasceu no dia 23 de Junho de 1937 em Viipuri (actualmente Vyborg na Rússia), a sua carreira começou por ser dedicada ao ensino, mas mais tarde optou por uma percurso dedicado à diplomacia.
Entre as suas passagens diplomáticas, recordamos a de 1973/1976, quando foi embaixador na Tanzânia, o seu reconhecido trabalho valeu-lhe posteriormente a nomeação de Comissário das Nações Unidas para a Namíbia em 1977, sendo que ulteriormente foi no mesmo país representante especial do secretário-geral, o seu papel foi de distinta importância, uma vez que foi pedra edificadora, para a independência do país em 1990.
Em 1987 é nomeado secretário-geral adjunto da ONU e fica encarregue da gestão e da administração, função que ocupa até 1991.
Regressado à Europa, em meados dos anos 90, toma uma forte posição a favor da paz nos Balcãs, chegando mesmo a presidir um grupo de trabalho da conferência internacional para a ex-Jugoslávia na Bósnia-Herzegovina.
Em 1994 foi eleito presidente da Finlândia, mas nunca abandonou a cena internacional, em 1999 junto com o antigo primeiro-ministro Russo,Viktor Tchernomirdin, consegue convencer o Presidente jugoslavo Slobodan Milosevic a pôr fim às operações militares no Kosovo contra a guerrilha separatista albanesa em troca do fim dos bombardeamentos da NATO.
Após concluir o mandato como presidente da Finlândia, criou a Crisis Management Initiative (Iniciativa de Gestão de Crises), uma fundação especializada na mediação de conflitos, a qual preside.
Em Janeiro de 2006 conduz as negociações, entre o governo indonésio e os separatistas do Movimento Aceh Livre (GAM), quando estes se encontravam em guerra há mais de 30 anos. O processo foi concluído com a chegada da paz entre ambos.
Em 2007 entregou um relatório ao conselho de Segurança, que indicava que o Kosovo deveria ser independente.

-Critica-

Num mundo que vive disparidades enormes, em que a pobreza e as guerras fazem parte do pão-nosso de muitos povos, é importante haver alguém que reme contra a maré.
Os prémios Nobel da paz são exemplos de dedicação a uma causa, tornar o mundo num local melhor, devem ser admirados e imitados, pois eles são os verdadeiros Heróis da esfera internacional.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Quinta da Regaleira


É simplesmente um local mágico, vale a pena perder-se por lá durante um dia.

Bom Fim de Semana.

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Ignorância Não Obrigado


Andava pela net a vaguear e fui parar a um blog onde se falava de Mário Machado, esse líder exemplar que defende uma causa tão nobre, como é a raça portuguesa, branca, ou seja lá o que for.
Falando de coisas sérias e deixando de lado a aberração da personagem,é importante salientar que o conceito de Raça é muito próprio do ser humano para agrupar as coisas, neste caso as pessoas, de maneira a proceder à fácil identificação. Desde a Grécia antiga houve uma necessidade de catalogar as coisas, como é o exemplo da alimentação; Comestível e não comestível.
A ideia de catalogar as raças era para distinguir as pessoas mais facilmente, de modo a que permitisse uma fácil identificação, nomeadamente em casos onde se aplicava a ciência forense ou a investigação criminal(dados de antropometria).
No entanto esta ideia de organização acabou por ser distorcida e consequentemente utilizada como método discriminatório e persecutório, foram vários os governos, que aproveitaram os estudos sobre a raça para fundamentarem os seus alicerces de terror.
Primeiramente diversos antropólogos efectuaram estudos no sentido de catalogar as diversas raças humanas, no entanto nunca houve um forte motivo que sustentasse a tese. Mais recentemente com a revolução no campo da genética, constatou-se que não existiam elementos que asseverassem a distinção entre as pessoas.
Hoje em dia os argumentos racistas já não fazem sentido, no entanto há sempre uma corja de ignorantes violentos, que pegam em conceitos ultrapassados, para escoar a má educação que tiveram.
É mais fácil apontar o dedo do que trabalhar para tentar melhorar o que está mal,podemos mesmo tomar como o exemplo a caricatura que é o PNR e o seu líder, um completo ignorante,parece saído do espectáculo dos horrores de Pete barnu. O que é que este partido tem de útil? Será que se conseguissem representatividade parlamentar iam meter lá o anormal do M.Machado como deputado? Ou será que instauravam um regime totalitário de Direita?
Não sei, mas também tenho a certeza que essa cambada nunca irá chegar longe.
Racismo Não Obrigado.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

CUF -


É no seguimento da reportagem que foi exibida no passado sábado, na RTP, que eu venho publicar no meu blog, ou seja, este espaço,hoje, é dedicado aquele que foi o maior grupo empresarial Português.


A Companhia União Fabril (CUF) foi fundada em 1865, empresa destinada ao fabrico de sabões, de estearina e óleos vegetais. Mas foi em 1908, sob o comando de Alfredo da Silva, que se criou aquele que foi o “maior complexo industrial do país, que deu emprego a centenas de milhares de trabalhadores”, diz o Presidente da Câmara, Carlos Humberto.
A empresa atravessa a passagem do século XIX para o século XX, a implantação da República em 1910, a guerra de 1914-1918, a mudança de Regime em 1926 e a guerra de 1939-1945. Mas é o fim do Estado Novo, em 1974, que opera a grande viragem no seio da CUF.
Segundo o antigo administrador da CUF/Quimigal, Sardinha Pereira, “dá-se o 25 de Abril e sentem-se alterações profundas em todo o país. E a CUF não foi excepção”, sendo nacionalizada em 1975.
A antiga CUF é transformada na Quimigal, que surge da fusão de três grandes unidades de adubos nacionais (CUF, Nitratos de Portugal e Amoníaco Português). O objectivo: “criar uma grande unidade nacional que pudesse ter capacidade em relação a outros grupos europeus de adubos. A Quimigal era uma unidade de produção de adubos, mas também de produtos químicos”, afirma Sardinha Pereira.
A Crise do Petróleo dos anos 70 provocou uma nova reviravolta. Gera-se uma crise recorrente que impulsionou a realização de um estudo aprofundado para a reformulação de toda a empresa.
A outrora Quimigal passa a Quimiparque. O complexo industrial converte-se em parque empresarial, onde as anteriores actividades e serviços se transformam em empresas privatizadas. O principal modelo desta remodelação foi a Inglaterra, explica o administrador então responsável, Sardinha Pereira.
Hoje, as chaminés das fábricas da CUF são apenas peças de uma memória longínqua. O fumo outrora intenso, o aglomerado de operários junto aos portões das fábricas, o toque da sirene anunciando o fim de mais um dia de trabalho não são mais do que leves recordações de um tempo passado.

Texto de Luciana Maruta




Critica


Supra citada está a resumida e incompleta história daquele que outrora foi um dos maiores grupos empresariais portugueses.

A CUF era em seu tempo um conglomerado de empresas que operava no Barreiro, a sua quase auto-suficiência, assim como o seu posicionamento estratégico, permitiu que se tornasse num dos principais exportadores do nosso pais.

A CUF, nas mãos do seu primeiro impulsionador, A.Silva, era uma empresa paternalista, proporcionando aos seus colaboradores mais e melhores condições que qualquer outra empresa no mundo.

Porém a CUF viria a ver o seu maior crescimento aquando da direcção dos irmão Mello. Foram estes que tomaram medidas inovadoras para o desenvolvimento do grupo, como é o exemplo da formação dos primeiros gestores de Topo a actuarem em Portugal.

Em seu tempo esta empresa empregava a maior parte da população do Barreiro sendo o seu peso no mercado equivalente a 5% do PIB nacional.

Após o 25 de Abril e com a subsequente má politica de tornar esta empresa publica, o grupo sofreu muitas transformações, e hoje ainda é visível,no barreiro, o resultado dessa péssima opção.

Resta deste "Titanic" empresarial a gloria doutro tempo e a carcaça adormecida à espera, quem sabe de outro Alfredo Silva ou de outros Irmãos Mello.


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Quanta Vida Rodeia a Morte


“O hábito é que me faz suportar a vida. Às vezes acordo com este grito: - A morte! A morte! - e debalde arredo o estúpido aguilhão. Choro sobre mim mesmo como sobre um sepulcro vazio. Oh! Como a vida pesa, como este único minuto com a morte pela eternidade pesa! Como a vida esplêndida é aborrecida e inútil! Não se passa nada, não se passa nada. Todos os dias dizemos as mesmas palavras, cumprimentamos com o mesmo sorriso e fazemos as mesmas mesuras. Petrificam-se os hábitos lentamente acumulados. O tempo mói: mói a ambição e o fel e torna as figuras grotescas.”

"Húmus" de Raul Brandão

A vida por vezes toma contornos monótonos: levantamo-nos, vamos para o trabalho, almoçamos, trabalhamos, regressamos a casa e dormimos.
Em cada um dos nossos dias nada fazemos de diferente e também nada fazemos para que seja diferente, dai a nossa vida capitular numa rotina insípida.
À medida que caminhamos no mundo o tempo rouba-nos anos, então sentimos medo da morte, ganhamos a consciência que ela existe e decidimos não viver para passarmos o tempo a pensar nessa escura certeza.
Ao saber que a morte é um dogma não devemos teme-la nem almeja-la, mas sim pegar no seu princípio para passar a aproveitar a vida.
É importante respirar cada pequeno passo diário, saborear cada derrota e sorrir em cada vitória, não deixar que a chuva nos encharque nem que o Sol nos queime, a vida possui muitas coisas fantásticas, mas é necessário vê-las assim mesmo, lindas e sem receios.