quarta-feira, 8 de outubro de 2008

CUF -


É no seguimento da reportagem que foi exibida no passado sábado, na RTP, que eu venho publicar no meu blog, ou seja, este espaço,hoje, é dedicado aquele que foi o maior grupo empresarial Português.


A Companhia União Fabril (CUF) foi fundada em 1865, empresa destinada ao fabrico de sabões, de estearina e óleos vegetais. Mas foi em 1908, sob o comando de Alfredo da Silva, que se criou aquele que foi o “maior complexo industrial do país, que deu emprego a centenas de milhares de trabalhadores”, diz o Presidente da Câmara, Carlos Humberto.
A empresa atravessa a passagem do século XIX para o século XX, a implantação da República em 1910, a guerra de 1914-1918, a mudança de Regime em 1926 e a guerra de 1939-1945. Mas é o fim do Estado Novo, em 1974, que opera a grande viragem no seio da CUF.
Segundo o antigo administrador da CUF/Quimigal, Sardinha Pereira, “dá-se o 25 de Abril e sentem-se alterações profundas em todo o país. E a CUF não foi excepção”, sendo nacionalizada em 1975.
A antiga CUF é transformada na Quimigal, que surge da fusão de três grandes unidades de adubos nacionais (CUF, Nitratos de Portugal e Amoníaco Português). O objectivo: “criar uma grande unidade nacional que pudesse ter capacidade em relação a outros grupos europeus de adubos. A Quimigal era uma unidade de produção de adubos, mas também de produtos químicos”, afirma Sardinha Pereira.
A Crise do Petróleo dos anos 70 provocou uma nova reviravolta. Gera-se uma crise recorrente que impulsionou a realização de um estudo aprofundado para a reformulação de toda a empresa.
A outrora Quimigal passa a Quimiparque. O complexo industrial converte-se em parque empresarial, onde as anteriores actividades e serviços se transformam em empresas privatizadas. O principal modelo desta remodelação foi a Inglaterra, explica o administrador então responsável, Sardinha Pereira.
Hoje, as chaminés das fábricas da CUF são apenas peças de uma memória longínqua. O fumo outrora intenso, o aglomerado de operários junto aos portões das fábricas, o toque da sirene anunciando o fim de mais um dia de trabalho não são mais do que leves recordações de um tempo passado.

Texto de Luciana Maruta




Critica


Supra citada está a resumida e incompleta história daquele que outrora foi um dos maiores grupos empresariais portugueses.

A CUF era em seu tempo um conglomerado de empresas que operava no Barreiro, a sua quase auto-suficiência, assim como o seu posicionamento estratégico, permitiu que se tornasse num dos principais exportadores do nosso pais.

A CUF, nas mãos do seu primeiro impulsionador, A.Silva, era uma empresa paternalista, proporcionando aos seus colaboradores mais e melhores condições que qualquer outra empresa no mundo.

Porém a CUF viria a ver o seu maior crescimento aquando da direcção dos irmão Mello. Foram estes que tomaram medidas inovadoras para o desenvolvimento do grupo, como é o exemplo da formação dos primeiros gestores de Topo a actuarem em Portugal.

Em seu tempo esta empresa empregava a maior parte da população do Barreiro sendo o seu peso no mercado equivalente a 5% do PIB nacional.

Após o 25 de Abril e com a subsequente má politica de tornar esta empresa publica, o grupo sofreu muitas transformações, e hoje ainda é visível,no barreiro, o resultado dessa péssima opção.

Resta deste "Titanic" empresarial a gloria doutro tempo e a carcaça adormecida à espera, quem sabe de outro Alfredo Silva ou de outros Irmãos Mello.


1 comentário:

Três horas da manhã disse...

Boas caríssimo Zé Camões,
Olhe eu conheço muito bem a zona da CUF, passei por lá bastantes vezes, é uma zona desoladora, o que em tempos foi um motor da economia (5% do PIB) é hoje um conjunto de troços de um passado glorioso.

Acho que esse zona vai ser renovada, obviamente para outros fins que não indústria.

Tenho alguns colegas dessa zona (barreiro/bxb/Alhos Vedros), que falam com orgulho do que aquilo era... só espero que essa CUF nunca venha ser espelho da nossa vila, acredito piamente que não!