sexta-feira, 5 de setembro de 2008

Inauguração






Hoje é o dia da inauguração do blog, por isso apenas faremos uma pequena introdução aos temas que estarão aqui disponíveis.
Este blog surge para colmatar a necessidade de expor alguns assuntos que me interessam, e ao mesmo tempo, dizem respeito a todos nós.
Pretendo também, dar a conhecer um pouco deste Zé Camões, que podia ser qualquer um de vós, certamente possui gostos comuns aos de qualquer um dos leitores: teatro, cinema, documentários variados, literatura e poesia, conviver com os amigos e outras coisas vulgares do dia a dia.
É sobre estes pequenos prazeres rotineiros que nos debruçaremos neste espaço, tentaremos ser o mais abrangente possível, traremos aqui temas recentes, e resgataremos temas mal falados no passado.
Neste blog aconselharei alguns filmes e darei a sua direcção para que possam fazer o Download, também tentarei publicar alguns dos meus poemas e pensamentos, não publicarei apenas originais, mas também poemas e citações de alguns dos meus mestres.
Espero a participação dos cibernautas e que gostem do conteúdo do blog, qualquer sugestão é válida.

I – PUBLICAÇÃO

Se a minha amada um longo olhar me desse
Dos seus olhos que ferem como espadas,
Eu domaria o mar que se enfurece
E escalaria as nuvens rendilhadas.

Se ela deixasse, extático e suspenso
Tomar-lhe as mãos “mignonnes” e aquece-las,
Eu com um sopro enorme, um sopro imenso
Apagaria o lume das estrelas.

Se aquela que amo mais que a luz do dia,
Me aniquilasse os males taciturnos,
O brilho dos meus olhos venceria
O clarão dos relâmpagos nocturnos.

Se ela quisesse amar, no azul do espaço,
Casando as suas penas com as minhas,
Eu desfaria o Sol como desfaço
As bolas de sabão das criancinhas.

Se a Laura dos meus loucos desvarios
Fosse menos soberba e menos fria,
Eu pararia o curso aos grandes rios
E a terra sob os pés abalaria.

Se aquela por quem já não tenho risos
Me concedesse apenas dois abraços,
Eu subiria aos róseos paraísos
E a Lua afogaria nos meus braços.

Se ela ouvisse os meus cantos moribundos
E os lamentos das citaras estranhas,
Eu ergueria os vales mais profundos
E abateria as sólidas montanhas.

E se aquela visão da fantasia
Me estreitasse ao peito alvo como arminho,
Eu nunca, nunca mais me sentaria
Às mesas espelhadas do Martinho.

Cesário Verde.

Este é um dos meus poemas favoritos, qual de nós nunca teve um amor impossível, um rasgo de paixão não correspondido, que nos levou a frequentar um local, apenas para olhar entre espaços para aquela pessoa desejada.
Este poema é isso mesmo, reparasse, o que o sujeito poético faria, “se a Laura dos seus loucos desvarios” apenas um olhar lhe desse.
Espero que tenham gostado, se quiserem saber um pouco mais sobre este grande poeta, podem consultar a página: http://www.astormentas.com/verde.htm

5 comentários:

Rapaz deixa a Rapariga disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Três horas da manhã disse...

Desde o "Ó mê belo Campo Maiore..." desejamos-lhe as maiores felicidades. bom trab.

Tb sou fã de Cesário...grande "Pessoa"!

Júlia Galego disse...

Seja bem-vindo à blogosfera. Começou da melhor maneira com o poema de Cesário Verde.
Desejo-lhe sucesso.

Elvascidade disse...

Bem vindo à blogosfera. Vou ser um leitor atento e assíduo.

João Paulo disse...

Meu caro Zé Camões, desde já obrigado pelas visitas e pelos comentários! É essa a minha intenção, mostrar e dar a conhecer sítios que passam desapercebidos aos "camponeses" onde me incluo! ;)

Se ler a etiqueta "Apresentação", lá pode ver os objectivos da blog!

Parabéns pelo começo e boa continuação... vou procurar um tempozito para visitar o seu blog e espero as suas visitas!

AlvesJP