Calcanhar Homosexual?

Debruçando um olhar mais atento sobre a Ilíada de Homero, apercebemo-nos das enormes aventuras de um homem semi-deus, que com a sua espada pretende ficar imortalizado. Aquiles, forte como um touro, ágil como um lince, poderoso ao ponto de receber de reis vassalagem, mas será que o seu calcanhar ficou preso na homosexualidade?
Este herói helénico é retratado ao longo da história como um dos mais arrojados de sempre, os seus feitos realmente perduraram até aos nossos tempos, a sua beleza não tão significativa por si mas sim pela bravura que a completava, fizeram dele a personificação do poder.
Nas várias crónicas que relatam feitos deste herói, a sua imagem é de uma virilidade tremenda, a sua masculinidade jamais é posta em causa, os seus feitos falam mais alto que as todas as hormonas masculinas presentes à face da terra, não obstante, entre linhas é possível apercebermo-nos da sua fragilidade amorosa.
Num dos discursos do “Banquete” de Platão, onde se fazem rasgados elogios ao amor, é feita uma menção a Aquiles e à sua vida amorosa e à possível ambiguidade sexual deste, pois apesar de existirem narrativas da sua heterosexualidade, é por Pátroclo que ele parece sentir um amor mais forte.
Ao escrever sobre Aquiles, Homero certamente metaforizou no calcanhar a homosexualidade deste homem, a história fez o resto; camuflou a mancha e realçou o socialmente aceite nos seus vários períodos.