sábado, 28 de março de 2009

Luz ao fundo do túnel (na sequência da postagem anterior)


O bispo de Viseu, Ilídio Leandro, defende, num comunicado disponível no site da diocese, que os doentes com SIDA, e que não prescindem de ter relações sexuais, devem usar preservativo.
As declarações do bispo de Viseu não são contraditórias às do Papa, defendendo o bispo que "o Papa, quando fala da Sida ou de outros aspectos da vida humana, não pode fazer doutrina para situações individuais e casos concretos. Neste caso, para relações entre uma pessoa infectada e outra que pode ser afectada com a doença."
Ilídio Leandro defende que quando os doentes infectados com SIDA têm uma vida sexual activa têm uma "obrigação moral de se prevenir e de não provocar a doença na outra pessoa. Aqui, o preservativo não somente é aconselhável como poderá ser eticamente obrigatório", pode ler-se na mensagem do bispo.





Afinal para quem pensava que a igreja católica, com cerca de 2000 mil anos de existência inflexível e obsoleta, não me ouvia, aqui está a prova, se quiserem poderemos catalogar este acto como milagre, mas eis um sinal de esperança.
Após as declarações do bispo de Viseu, podemos tirar duas conclusões, a primeira e mais fácil, mas também menos provável é que realmente a igreja católica esteja a mudar no sentido de fazer face aos tempos modernos.
A segunda e a mais rocambolesca para explicar estes comunicados, felizes a meus olhos, venha talvez aclarar a postura do bispo, ao mostrar a sua vontade individual e contrariando as escrituras e a vontade da igreja.
Se enveredarmos pelo segundo caminho, o meu regozijo é tal que me atrevo a identificar este acto como o primeiro passo da igreja, para se aproximar dos seus fiéis. Mas no entanto se observarmos ainda com mais pormenor, então encontramos uma vez mais uma suplantação de Deus pelo homem, assumindo aci (ma dos valores da fé, a posição do homem.

1 comentário:

Decampo maior disse...

Quando uma instituição dura para além de dois mil anos, duas coisas se tornam inevitáveis:
1ª- que ela tenha altos e baixos, momentos de grande dignidade e outros confrangedoramente censuráveisis nos seus contornos e conseqências;
2ª- que não possamos criticá-la de ânimo leve e de forma simplista, devido à complexidade da sua organização e à diversidade das suas atitudes.
A Igreja que foi de Cristo, de S. Paulo, de Santo Agostinho e de todos os mártires que por ela morreram ao longo dos séculos, foi também o tenebroso algós dos muitos que foram vítimas do longo e tremendo reinado da Inquisição.
Assim, ou a julgamos pelo todo complexo da sua acção, ou corremos o risco de falharmos devido ao erro de ajuizarmos apressadamente e de forma superficial os erros de alguns do seus agentes.