sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Não sei porque, mas não tenho sentido uma grande vontade de postar. Hoje e excepcionalmente hoje, vou meter uns “alexandrinos” do grande D´la Ghetto, aproveitando assim para lhes desejar um óptimo carnaval.
Para os mais abastados, deixo-lhe a sugestão de apanharem um voo e partirem para Veneza, acreditem que vale a pena ir lá em qualquer altura, muito mais no carnaval.


Ao longe no canal vem a dama do “capello” dourado,
Tão altiva do seu pedestal que parece uma rainha.
Quis a sorte que não visse mais o seu amado. Fê-la,
Manjar miséria em prato cheio de remorsos e tristeza.
Fortuna na casa, no corpo fulgente beleza,
Distanciamento no olhar, lágrimas caídas pela face a rolar.
Um adeus tão longo, que de longo pereceu,
Ficando apenas a silhueta de um amor que morreu.


Encontrei este poema do Rafael num almanaque antigo e como creio que faz alusão a Veneza, achei por bem publicá-lo. É profunda a narração da história desta dama, ao pesquisar mais sobre este poema, pude perceber que esta senhora estava apaixonada por um vendedor de fruta, no entanto as classes em que ambos se encontravam eram distintas. Acabando a senhora prometida ao filho de um doge*.
O rapaz perdido de amores rumou para Istambul onde permaneceu procurando a essência mais pura e elementar das coisas, tarde na sua vida, acabou por se suicidar, deixando uma nota que dizia: “ De todas as coisas no mundo, a verdadeira essência permanece oculta na nossa memória”.

*Doge ou Dux eram os senhores que detinham o poder em Veneza.

1 comentário:

PensarFalar disse...

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