terça-feira, 10 de novembro de 2009

Parker and Barrow


“ (…) Enquanto Parker dançava ao som de músicas de outro tempo, entre reflexos ofuscados de algum álcool que alimentava o corpo em movimento, Barrow contemplava-a por detrás do seu olhar verde de gato, ele era um jovem que se encontrava pela “Grande Babel” a gozar alguns dias de férias.
Naquela noite, entre copos e conversas Parker preferiu o casaco de cabedal ao blaser e numa conversa algo “etílica”, deixou que Barrow ficasse com o seu número de telemóvel.
Dias mais tarde, o café agendado foi realizado e na esplanada do Hotel Ritz lá se encontrar os dois, entre sorriso e cigarros, lá foram deixando a conversa surgir, Barrow tinha um sotaque do interior, difícil de entender mas para Parker impossível de resistir.
(…) Junto ao rio que cortava a paisagem em duas metades desniveladas, o Sol marcava no céu as onze horas, desesperado, ele olhava-a como quem espera algo mais de um amanhecer em qualquer ponto exótico (…)”

Rafael Dela Guetto in "América"

1 comentário:

Nancy Sinatra disse...

Mesmo preferindo o casaco de cabedal ao blazer,numa qualquer noite "etílica", Parker e Barrow acabam por encontrar-se no Hotel Ritz...

A impossibilidade de resistir ao sotaque de Barrow poderia de uma qualquer forma estar ligada ao facto de que o mesmo era para Parker "difícil de entender...


O desespero do amanhecer poderá ter dado azo a outras conversas...mais sóbrias e menos ilusionadas.